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angola
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ANGOLA

I

Lembro-me de Angola com saudade

Desde a minha tenra idade

Pois nasci na Luanda cidade

Na luz da fraternidade

II                                                                                                                          

Na minha infância brincava

Sem distinção de raças

Não tínhamos mordaças

Bebíamos nas mesmas  taças

III

A desumanização existia

O inerente sistema económico prevalecia

Fazer greves e manifestações não se podia

Restava apenas a dignidade da maioria

IV

Com a adolescência veio a rebeldia

Porquê que a distribuição da riqueza não se fazia?

O povo de Angola vivia acorrentado

Por um regime que era importado

V

Parti um dia de Luanda

Para conhecer o Huambo

Passei pelo Dondo e Quibala

E  atravessei de jangada o rio Quando

VI

Anos mais tarde peregrinei

Pelo Bié e pelo Lubango

Chibia e pelo Cunene passei

Mas não no Kuando-Kubango

VII

A Malange também fui                              

Vi as quedas do kalandula

Muitos quilómetros percorri

E conhecer mais cidades resolvi

VIII

Lobito, Catumbela, Benguela

Também  Camabatela e Gabela

No Uige apreciei o café florido

Que emprestava outro colorido

IX                                

Falo agora da alimentação

Do meu saudoso pirão

Do mufete, pois então

Da saborosa muambada

X

Do m´zongué que ressuscita

Que põe a boca aflita

O meu coração palpita

Como dançar a rebita

XI

Das pitangas e tambarinos

Das mangas e bananas

Da fruta-pinha e goiabas

Muitas delas transviadas

XII

Muita Cuca e Nocal bebi

Surgiu a Eca no Dondo

A “quissangua” também escorregava

Nos “tremunos” quando no “muceque” jogava.

XIII

Fiquei estaziado com paisagens que vi

As cachoeiras perto da Gabela(?)

Pelas quedas do Kalandula edo ruacaná, me perdi

A tundavala e o planalto central, com outra farpela.

XIV

A diversidade climática em Angola é um facto

Percorrendo o território de Cabinda ao Cunene

Calor, Chuvas torrenciais, frio, podemos encontrar

E também locais inesquecíveis onde nos abrigar.

XI

A paixão por Angola é eterna

Cresci numa terra fraterna

Onde a grandeza da modernidade

Há-de projectá-la na eternidade.

Eduardo João Viana Costa

12/03/2013